Policiais Fantasiados Tornam Carnaval de São Paulo Mais Seguro Com Estratégia Diferenciada

Agentes disfarçados trabalham incógnitos nos bloquinhos de São Paulo

A estratégia de segurança adotada para o Carnaval de São Paulo este ano foi inovadora: policiais se vestiram de forma a passarem despercebidos entre os foliões. A atuação de dois agentes caracterizados como Chapolin Colorado, que conseguiram deter uma quadrilha responsável por furtos de celulares em um bloco na zona sul de São Paulo, ganhou repercussão internacional. No entanto, os disfarces não se limitaram aos personagens de televisão.

Os policiais vestiam camisas floridas, bermudas e se disfarçaram de Malévola, Pluto e até de Pateta para se infiltrarem nos blocos de carnaval. A perita fotográfica Telma Rocha explicou: “Foi uma estratégia utilizada para se aproximar dos suspeitos que estavam misturados à multidão sem chamar atenção”.

A tática funcionou. Os foliões só perceberam que o Chapolin ou a Malévola eram policiais quando eles agiram para prender algum suspeito. Em um dos episódios, na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo, o público aplaudiu a prisão de um ladrão. Telma admitiu: “É gratificante ser reconhecido dessa forma”.

Augusto Curban Crocco, auxiliar de papiloscopista no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), comentou: “Não é comum trabalhar fantasiado no nosso dia a dia”. Ele foi um dos policiais que atuou disfarçado de Chapolin.

Em uma das ações que viralizou nas redes sociais, Gocco e o investigador Jonathan Romes Santana, vestidos de Chapolin, perceberam uma mulher indicando potenciais vítimas para outros três assaltantes. Ela foi presa e seis celulares foram recuperados. A Operação Carnaval da Polícia Civil resultou na prisão de 59 suspeitos, com a recuperação de 189 celulares e quase 600 cartões bancários apreendidos.

Marcela Fuset foi uma das pessoas beneficiadas pela ação policial. Ela buscou pessoalmente seu celular, que havia sido furtado durante a festa com sua filha, na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), em Pinheiros, na sexta-feira (23). Marcela comentou: “Estou muito satisfeita e feliz em recuperar meu celular graças à ação dos policiais durante o Carnaval”.

Integração entre departamentos e reconhecimento

Para o agente Crocco, foi uma experiência nova realizar esse tipo de trabalho, mas a melhor parte foi a integração dos departamentos da Polícia Civil, desde os investigadores até a equipe de perícia e a carceragem. O perito Rafael Heck, a investigadora Karina Badiera e o auxiliar de papiloscopista Fábio Narciso, que também participaram das ações durante os dias de folia, comemoraram o reconhecimento pelo trabalho realizado.

Narciso afirmou: “É gratificante, pois na maioria das vezes precisamos passar despercebidos. Quando o reconhecimento acontece de forma natural, é extremamente satisfatório”.